quinta-feira, 5 de julho de 2007

Impunidade

Instigada pela Mic a discutir sobre esse assunto, fazendo parte da corrente proposta pelo portal Desabafo de Mãe.

Resolvi postar sobre reflexões que permeiam meu dia a dia.

A impunidade está presente por todos os lados. Segundo o dicionário Aurélio :

Impune: que escapou a pena

Quando ouvimos esta palavra, qual o primeiro pensamento que vem a sua mente?

Na minha vem, os políticos e todas as falcatruas que acontecem por "lá" e a impunidade que rola solta. Levando em consideração que os olhos da sociedade estão todos voltados para lá, eles passam a ser nossos principais exemplos. Então todo processo de impunidade no Senado, desencadeia um fenômeno, muito conhecido por todos nós: o jeitinho brasileiro.


Eu particularmente repudio esse comportamento, a idéia de que para tudo se tem um jeito, tortusoso, desrespeitoso, desonesto, diga-se de passagem, para resolver os mais infinitos problemas.


Seja burlar a lei para conseguir vantagens, bular critérios para conseguir benefícios, bular a fila para conseguir resolver seus problemas mais rápido, ter QI (quem indica) para obter vantagens pessoais, ter $$ no bolso para pagar propina à fiscais e tantos outros.


Inúmeros pequenos comportamentos no dia a dia que refletem a cultura aceita por nossa sociedade de que a "Lei da Vantagem" deve imperar sobre tudo.


E tal comportamento não se restringe apenas as classes sociais altas e médias não, está por toda a estrutura social do pais.
Estamos contaminados, sem ao menos nos darmos conta do que isso vem causando de geração em geração.
Legitimamos comportamentos ditos como inocentes e esquecemos que pequenos gestos repetidos cotidianamente nos levam a grandes catástrofes.
A sociedade só se mobiliza, só se estarrece quando vemos atitudes limites, como as cometidas por estes garotos no caso da violência contra a empregada doméstica.
Quando a mídia notifica, há uma reação coletiva. Passado duas semanas, a notícia do momento é outra, caimos no esquecimento e partimos para uma nova empreitada.
A pergunta que fica é: até quando????
Até quando a nossa sociedade vai achar que o problema é dos outros e não de cada indivíduo?
Educar errado? Agir errado?
Comportamentos enraizados, não se muda de uma hora pra outra. Mas há de haver um começo.
Quando iremos parar de olhar para o nosso umbigo e realizarmos ações que realmente transformam?
E eu não estou falando de DOAR CESTAS BÁSICAS, DOAR ROUPAS, CRIAR COMUNIDADES NO ORKUT DE AÇÕES ASSISTENCIALISTAS E PONTUAIS.
Estou falando de AÇÕES TRANSFORMADORES, INVESTIR SEU TALENTO EM DISCUSSÕES POLÍTICAS, MOVIMENTOS CONSCIENTIZADORES SOBRE DIREITOS, EDUCAÇÃO, TRABALHO. Acompanhar as ações do Senado.
Avaliar se o seu comportamento diário é ético e se você demonstra isso ao seu filho. Participar das reuniões do seu condomínio, da reunião da escola, discutir de forma profunda sobre os candidatos a diversos cargos. Simplismente passamos aos outros o nosso poder de decidir, de opinar, de cobrar.
Quer saber outra frase que eu detesto? A famosa "Eu não me envolvo em política".
É por isso, por isso que estamos onde estamos, que vivemos o que vivemos.
Acho que sai um pouco do foco da discussão, mas o recado principal é :
Reavaliem suas posturas, vamos acabar com o "jeitinho brasileiro", muita coisa poderá ser modificada.

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Por Mamãe Fabiana às 13:33 | | 1 Aqui também pode!

1 Comentários:

Muito bom o seu texto, Fabiana.
É isso mesmo, a gente tem que olhar mais pras nossas atitudes primeiramente. Precisamos FAZER o melhor e não querermos SER os melhores.
Bjks!

By Blogger Flávia Bergqvist Teixeira, at 6 de julho de 2007 às 10:30  

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