segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Casamento: superamos a primeira crise !!!!!!
Quem tem filho com menos de 2 anos, talvez passou por uma crise, esta passando ou vai passar. E imagina que nada será como antes, em alguns aspectos com certeza, nada será como antes MESMO!
Mas em outros, as coisas podem melhorar. Eu digo que costumo viver tudo com extrema intensidade, se é para embarcar em alguma coisa, que seja de corpo e alma. E assim eu vivi uma crise, ou diga-se, a primeira crise no meu casamento.
Brigávamos todos os dias, pelos motivos mais absurdos, sempre relacionados a sobrecarga que eu sentia com o nascimento da Melissa.
Parecia que eu carregava o mundo, tinha milhões de coisas para arrumar (papinha, mamadeiras, fraldas, roupas, brinquedos) queria poder dormir, conversar com as amigas, navegar na internet, ler revistas, conversar com meu marido, com os meus pais, não fazer absolutamente nada. Mas sempre tinha alguma coisa para pensar, para fazer.
Sofria com dores nas costas, insônia, às vezes tinha que deixar a comida no prato para socorrer um bebezinho que estava mexendo em algo que não podia, ou porque queria o meu colo. Os banhos eram sempre interrompidos ou divididos com a Melissa, sempre rápidos, porque moramos em uma cidade fria.
Me sentia injustiçada, revoltada, cansada, irritada e descontava em mim, porque algumas vezes me sentia totalmente infeliz, no meu marido, para mim o principal causador de tanto sofrimento.
Como tinha muito trabalho com um bebê, não parava para pensar, vivia no olho do furacão e era atropelada por tantas tarefas!

E com a mudança no comportamento feminino, a crise da família (segundo a teoria sistêmica de Ludwig von Bertalanffy a família passa por uma crise quando tem os filhos pequenos) seja vivida de forma mais intensa pela nossa geração (mulheres que trabalham fora etc, etc). Vou perguntar para a minha mãe se o casamento dela teve alguma mudança, quando o meu irmão nasceu (primogênito). Eu acho que não, ela não cobrava tanto a participação do meu pai.

Continuo achando que o fato de vivermos em uma sociedade machista, influência os conflitos neste momento (filhos pequenos). Mas voltando à questão inicial, as coisas só começaram a melhorar, quando em uma das nossas infinitas brigas, diga-se de passagem homéricas, porque quem me conhece, sabe que vou da calmaria à fúria em questões de minutos e sou bem chegada em um barraco quando me sinto injustiçada, além do mais a minha língua, não tem travas.
O Ricardo me disse (resumindo)
"Você foi treinada, para cuidar de um bebê, uma sociedade inteira dizia isso para você, o tal instinto materno foi ensinado. Eu NÃO, alías era proíbido de cuidar dos filhos (diga-se bonecas), meu negócio era rua, liberdade. Fui criado de forma bem machista. Não consigo mudar isso de uma hora para outra. Preciso de um tempo, preciso que você me ensine, mas que tenha PACIÊNCIA. Cada um tem o seu ritmo e você sabe muito bem que o meu é mais lento (acho que todo homem é). Não é impondo e gritando que vai conseguir alguma coisa, mas vamos aprender juntos, tenha paciência."
As brigas continuaram, belas palavras, não fazem milagres. Podem até impressionar, mas muitas vezes o cansaço e a irritação falam mais alto. Mas a verdade é que as "belas palavras" , me deram um acalanto, pelo menos, ele reconhecia e queria mudar, lentamente, mas queria. E paciência passou a ser duplamente buscada por mim, seja com o casamento e o comportamento que eu esperava dele, seja com a Melissa.
Os meses foram passando, a Melissa foi crescendo e eis que chegaram os dois anos. Confesso que não sei exatamente quando foi, mas tenho que reconhecer que muita coisa mudou no nosso relacionamento, as brigas "homéricas" deram lugar a conversas um pouco mais calorosas, que muitas vezes nem podemos chamar de brigas.
A divisão de tarefas acontece naturalmente, ele coloca para dormir, faz o leite da noite, dá comida, conta história, brinca bastante . Não preciso pedir, não preciso brigar. Parece que até percebe quando eu não estou muito afim de fazer alguma coisa, ele toma a frente e resolve.
Simplismente as coisas estão fluindo. Vocês acham que ele mudou? Eu tenho a impressão que não (pode até ser que sim). Mas verdadeiramente, eu acho que como a Melissa passou a dar menos trabalho no quesito cuidado (por que na parte de educar o trabalho dobrou) me sinto menos sobrecarregada e passei a ser mais tolerante.
O importante é que meu casamento sobreviveu a primeira crise, muitas virão, mas com certeza a cada uma superada, teremos um relacionamento mais fortalecido.
E estamos seguindo, firmes, fortes e apaixonados.
Ps: queria colocar uma foto bem bonita nossa, mas quem disse que eu encontrei alguma coisa, tenho mais de 2700 fotos da Melissa!!! É alguma coisa tem que mudar lá em casa , a esse respeito.

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Por Mamãe Fabiana às 11:07 | | 0 Aqui também pode!

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