quinta-feira, 16 de agosto de 2007
A mãe que eu fui, que sou, que serei
Eu tenho a impressão de estar mudando como mãe a medida que a Melissa cresce. Posso dizer, que eu era um tipo de mãe, quando ela nasceu até 1 ano. Preocupadíssima com o estabelecimento de rotinas, vínculos, sensações.
Projetava um futuro devastador (era isso mesmo) caso não conseguisse estabelecer regras e ter comportamentos específicos. Se não conseguisse ensiná-la a dormir sozinha no princípio, não conseguiria NUNCA MAIS. Se não estipulasse horários para as refeições ela não comeria bem, se não fizesse shantala, ela não seria calma.
Sempre estava dizendo ao marido que estávamos fora do que deveria ser, o sono por exemplo. Nós fazíamos ela dormir, ficando com ela até adormecer, eu adorava fazer isso, mas me preocupava com o futuro, será que um dia ela vai aprender? temos que começar a ensinar? temos que deixá-la chorar? (vivia repetindo isso).
Quando ela completou 1 ano, algumas coisas mudaram, já não era tão rígida com a rotina, já não me preocupava tanto com roupas sujas e bactérias (eu evitava enxugá-la com a nossa toalha, eu jamais a colocava para dormir em lençóis que não fossem os dela, eu nunca a cobria com nossos cobertores, ai meu Deus, achava que ela poderia ter alergia) já não a protegia tanto do frio, nem do chão, nem do quintal, etc etc etc.
E passei a vê-la, não mais como um bebê de cristal e sim eu tinha a sensação de que havia conseguido cumpri uma meta. Meu bebê tão frágil, agora tinha UM ANO, se mostrava mais forte e mais cheia de vontades.
Mais um ano se passou e ela chegou aos DOIS ANOS.
Quanta diferença, nos meus pensamentos e nas minhas atitudes. Hoje ela está completando 2 anos e três meses, seguimos uma rotina básica, mas imposta pelo nosso ritmo de vida, nada comparado aquela história de que tem que ser assim. Comemos o que temos prazer (dentro dos limites da boa alimentação, é claro, estou flexível, mas não "enlouqueci" ), dormimos quando o soninho chega (sempre as 21:30h, mas se não rolar, não fico criando monstros na minha cabeça) sempre do jeitinho que ELA gosta: sozinha no bercinho dela com a pessi e o poio.
Ela está dizendo que entregará a chupeta e o paninho para o Papai Noel no final do ano, quer saber? ela que sabe... entramos em um acordo, eu me incomodava em vê-la com a chupeta durante o dia, foi difícil, mas conseguimos ela só chupa a noite, não vou travar uma batalha, achando que se ela não fizer isso agora, irá dar muito trabalho no futuro. No futuro eu vejo o que eu faço.
Hoje em dia brincamos muiiito, de tudo um pouco, corremos pela casa de cavalinho (antes morria de medo dela correr e nem usava essa palavra para não incentivá-la ) hoje vivemos numa correria só (tá, tá a coordenação motora dela, melhoooorou muito). Espalhamos todos os brinquedos pela casa e deixamos por lá, até o final da brincadeira (isso eu acho muito importante ensinar a guardar, ela destesta bagunça e quando tudo termina, ela já começa a guardar tudo, eheheh mérito pra minha neurose). Brincamos de bolinha de sabão sem importar se vai sujar o chão, se tem perigo dela escorregar, se vai se resfriar, porque cá pra nós aquilo faz uma molhadeira só.
Enfim posso dizer que comparada a mãe que eu fui e a que hoje eu sou, estou bem menos cheia de regras, discursos e projeções para o futuro.
Percebo que a Melissa a medida que cresce, traz coisas que são delas, que por mais que eu tente direcionar, eu não vou mudar. Que criar mil e um métodos para que no futuro meus maiores medos não me apavorem é perder parte do presente. Algumas coisas foram fundamentais, muitas foram necessárias para este meu aprendizado, MAS TEM AQUELES QUE COM CERTEZA EU NÃO REPETIREI.
A mãe da Melissa de 2 anos procura viver mais o hoje, a mãe da Melissa de 3 anos com certeza será diferente da de 2 e assim sucessivamente. Porque os filhos mais nos ensinam do que a gente à eles.
Ainda não me livrei da mania de imaginar o futuro e sofrer por antecedência, mas não coloco a responsabilidade TODA NAS MINHAS COSTAS. Conto com o acaso, com a minha obrigação e com a Melissa, com muito amor e carinho.
E acredito mais que tudo dará certo.
Marcadores: coisas de mãe
Por Mamãe Fabiana às 06:03 | |
4 Aqui também pode!
4 Comentários:
Nossa , vc está escrevendo com a alma esses dias , é essa a impressão que eu tenho rs Beijao e amei esse post , acho que vc está no caminho certo , já pensou como vai ser com uma Melissa linda e com 15 anos nas costas rsrs vai ser ótimo tb vc vai ver
Oi Fabiana, que linnndo! Eu tenho acompanhado seu blog quietinha, mas este seu post me lembrou aquela propaganda " Quando nasce um bebê, nasce também uma mãe"...
Acho que o 1º filho vem com muitas expectativas!!! Eu ainda não sou mãe, mas volta e meia me pego pensando "quando eu tiver um filho vou ter que fazer isso, vou ter que mudar aquilo, ele não vai comer besteiras, vai dormir sozinho e etc... " Enfim, também acho que você está no caminho certo!
beijo
Oi Fabiana... tb acho que eu estou em constante mudança sobre o meu jeito de ser mãe e de criar a minha filha.
A gente aprende muito e vai dosando as coisas. Muito bom.
Adorei o texto.
Beijocas pra vcs...
Carol e Mariana (LV)
Fabiana, a gente vai mesmo perdendo tantas neuras e preocupações à medida em que os filhos vão crescendo; Imagine então quando chega o 2º? rsrs. Coitadinho, costuma ser bem mais "largado", mas não por falta de amor, mas porque já percebemos que não precisamos nos desesperar e sermos tão rígidas com regras, rotinas, horários, etc.
Beijos!
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