terça-feira, 23 de outubro de 2007

A semana passada lá no LV conversamos sobre a fase das crianças em que elas não dividem os brinquedos, questionando qual seria a melhor postura dos pais, frente a essa situação? Eu acredito que devemos intervir, mas sem muito drama, agir naturalmente, explicando para os pequenos a importância de dividir. Nunca prometo nada para a Melissa no intuito de convencê-la a dividir, nem mesmo faço ameaças, converso e converso. Algumas vezes, quando ela passa dos limites, como não dividir um alimento ou tomar um brinquedo de outra criança eu a obrigo a devolver ou dividir, confesso que este tem sido um dilema, ela chora, esperneia, grita e fala que não quer. Mas como tudo não passa de uma fase, o negócio é nos armarmos de paciência e tocar o barco. Ruim, mesmo é quando somos alvos de olhares alheios, como se a minha filha fosse a única a não querer dividir um brinquedo.

Então, alguém lá do LV indicou este texto que eu amei e resolvi publicar aqui, destacando as partes que achei mais interessante e que serviu bastante para o nosso momento.


“É meu, é meu, é meu!”
Por que meu filho não desiste?

Nosso filho pede que o levemos ao parquinho junto com
seu melhor amigo do jardim de infância.. Aceitamos seu
pedido, mas devemos esperar vários dias, pois não pára
de chover. Depois de acumular ansiedade e ilusões,
finalmente chega o momento tão desejado. A mãe de
seu amigo se ofereceu, com prazer, a nos acompanhar.
As crianças brincam tranqüilas na areia, com seus baldes
e pazinhas. De repente, começa a disputa pelo balde
azul. Nenhum dos dois está disposto a ceder.
Descobrimos que nosso filho é o proprietário do
brinquedo, e pedimos que ele o empreste ao amigo. Ele
nega, enfaticamente, e nós ficamos envergonhados, não
sabemos o que fazer. Minutos mais tarde, o balde azul é
abandonado e o conflito agora passa para a pazinha
vermelha.
Começamos a nos perguntar: “Nosso filho é
egoísta por natureza?
Estamos errando como pais,
estamos nos equivocando em sua educação?
Como devemos reagir?
A afirmação de si mesmo

Antes de tudo, devemos sempre nos lembrar que entre o
segundo e o terceiro ano de vida ocorre o nascimento da
própria identidade da criança. No início, os bebês não
são capazes de distinguir com clareza entre eles
mesmos e o restante do mundo, mas aos poucos eles
começam a estabelecer esta diferença. Primeiro, podem
se reconhecer no espelho ou em uma fotografia; depois,
eles começam a explorar seu corpo e a diferenciá-lo dos
objetos externos. Mais tarde, aprenderão a distinguir as
pessoas e a reconhecer seu próprio nome.
Em torno dos dois anos, a criança começa o processo
de auto-afirmação. Uma das palavras que protagonizam
seus dias é “eu”. Ainda que nem sempre se manifeste,
ele tende a delimitar com suas ações cotidianas a
frontreira entre sua própria pessoa e as demais. Ele
brinca fundamentalmente sozinho, e quando está com
outras crianças, brinca junto a elas, mas raramente
“com” elas.
Ao se opor, ele reafirma sua identidade. Se se deixa levar
pelo que dizemos adultos, não chegaria a saber se tem
desejos ou intenções próprias.
A forma mais clara de
sentir que tem vontade própria e diferenciada das outras
pessoas é dizendo “não”. Os gestos de negação são
acompanhados por outros de obstinação e rebelião,
também característicos desta idade: não quer comer,
briga com outras crianças ou quebra seus brinquedos.
Egocentrismo, antes do egoísmo
Este processo de afirmação da própria identidade é
acompanhado por um conjunto de experiências que ela
viveu e continua vivendo, que fazem com que a criança
se sinta o centro do universo. Desde seu nascimento, ela
viu todas as suas necessidades serem satisfeitas: seus
pais cuidaram dela nos mais pequenos detalhes, e lhe
deram todo o seu amor, carinho e compreensão. A
sensação de ser única, irrepetível e diferente dos demais,
junto com a “normalidade” com que a criança recebe
atenção e afeto de seus pais, fomentam um crescente
egocentrismo.
Esta característica deve ser vista como
uma fase normal do desenvolvimento de sua
personalidade, e não como uma qualidade negativa.
Seu próprio desenvolvimento intelectual e experiências
vividas, tais como o nascimento de um irmãozinho ou a
convivência com outras crianças em um jardim de
infância, a fazem compreender que ela não está só no
mundo e que existem “outros” que também são
cuidados e mimados como ele mesmo. Sua reação
diante desta comprovação costuma ser negativa,
alimentando seu egocentrismo.
O sentido da propriedade
A criança sabe muito bem o que é seu, mas também
quer que seja seu o que pertence aos demais. Assim,
não só não está disposta a emprestar suas coisas, mas
também tira os pertences de outras crianças ou de
adultos que a rodeiam, sem esperar nenhum
tipo de consentimento. (acontece muito lá em casa)
Ainda não é capaz de “se colocar no
lugar do outro” ou aceitar que existam
outros pontos de vista ou pensamentos
que não sejam os seus. Por isso faz
manha quando, por exemplo, sua avó
não quer emprestar um anel que é uma
lembrança da família. Logo depois, a
criança pode anunciar que não quer
mais o objeto e se retira, chateada, sem
escutar as explicações de sua parente
querida.
O que se deve fazer nessas situações?
** Antes de tudo, não ficar obcecado pelo assunto nem
pensar que seu filho é “mau” por natureza.

** Compreender que a criança está atravessando mais uma
fase em seu desenvolvimento, que vai desaparecer com
o tempo.
**Não demonstre reações extremas: nem permissividade
absoluta, nem castigo constante.
**Espere que a própria evolução psicológica de seu filho, através de suas experiências com outras crianças, demonstre a ele os benefícios de compartilhar brinquedos e objetos, e de pedí-los em vez de tomá-los sem permissão.
**Exercite a paciência, a compreensão e a educação com espírito positivo para lidar com seus filhos.
**Conscientize-se que não se trata de um processo fácil nem rápido, mas que ocorre de maneira gradual e constitui uma etapa a mais da adaptação da criança ao meio social.
fonte: www.tudiscoverykids.com

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Por Mamãe Fabiana às 08:46 | | 0 Aqui também pode!

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