Nossa menina - Melissa

Estou terminando o ano sem saber muito o que acontecerá em 2008 (como se por acaso tivesse bola de cristal pra saber). Mas a questão é que finalmente consegui o que buscava desde 2001, deixar de ser aluna especial da Unicamp e finalmente passar para aluna regular e poder concluir meu mestrado.

Este fato me da medo, porque não sei se terei liberação no trabalho, afinal são dois dias o dia todo, não posso ficar sem trabalhar e não posso perder esta chance. Mas como aprendi que devo pensar nos problemas a medida que eles chegam, vou pensar efetivamente nisso em Fevereiro.

Pessoalmente isso significa uma grande vitória, profissionalmente também. Afinal, estou mais perto dos meus objetivos profissionais.

Meu grande desejo desde que me formei é ser Assistente Social da Vara da Infância (por isso tenho prestado os concursos que aparecem) e dar aulas na faculdade.

Sou especialista em violência doméstica e amo de paixão estudar, escrever projetos e me dedicar a vida acadêmica, adoro estar em congressos e cursos.

Não tenho feito isto ultimamente talvez por isso este ano tenha vivido momentos de crise, pensando pela milésima vez se estou mesmo na profissão certa?

Gosto muito do que faço, mas gosto mais ainda da teoria do Serviço Social, lidar diretamente com as mazelas da humanidade (fome, violência, desemprego, preconceito, falta de oportunidade, consumo de drogas, alcoolismo, etc etc) é desgastante e frustante às vezes.

É como diz a música "e assim caminha a humanidade em passos de formiga e sem vontade", assim são as políticas públicas, os profissionais, os voluntários e até os usuários da área que eu atuo.

Difícil para uma idealista, uma pessoa que quer tudo para ontem, passional por natureza e agitada por necessidade.

Sofro por tudo e jogo para o alto por muito menos, chuto o pau da barraca e esbravejo aos quatro cantos que joguei a toalha. Espero a poeira baixar e vou sorrateiramente pego a tolha de volta e mais uma vez volto pra luta, até me irritar de novo, gritar mais um tanto, explodir dizendo que nunca mais farei de novo. Até meus olhinhos brilharem com outro projeto, outra possibilidade, enfim essa sou eu, remando remando contra a maré.

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