domingo, 9 de novembro de 2008
Data: 07/11/08
Quando os médicos informam demais
Ás vezes a ignorância é uma aliada, porque grande parte do desespero que senti, diante das informações médicas que recebi, foi porque no fundo falaram demais.
Tem certas coisas que grávida e mulheres pós-parto não deveriam saber, principalmente eu que sou trágica por natureza, meu cérebro/minhocário produz "besteiras" a uma velocidade luz.
Primeiro com 10 semanas de gravidez fui fazer o exame para saber minha idade gestacional e o médico fez o exame de Translucência Nucal e deu muito alterado, o médico do US falou tanta coisa, foi, voltou e disse que se ela não tivesse Sindrome de Down, teria problemas no coração, que não era nada conclusivo, mas deveria falar. Passei a gravidez com a pulga atrás da orelha.
Dividi minha angustia com a minha família e alguns amigos próximos, me conheço o suficiente para saber que amaria minha filha como ela viesse, ainda mais depois de um dia ter ouvido uma grande amiga dizer: " Quando você tem um filho/sobrinho normal você o ama muito, mas quando ele tem alguma dificuldade você é capaz de amá-lo ainda mais".
Ione me deu uma grande lição naquele dia, mas mesmo assim antes eu viveria toda as fases que Lutterman estudioso em deficiência diz: luto, raiva, incorformação, etc etc.
Sei o quanto nossa sociedade é cruel com as diferenças, minha dissertação de mestrado tem o tema: Circulação de Crianças Deficientes: vivência de cuidadores.
Bom passado o susto, descartada qualquer tipo de sindrome, ela nasce PREMATURA, outro fantasma, ouvi várias vezes o obstetra dizer que "ela não estava pronto e iria direto para UTI", isso me deixava frágil, insegura e culpada.
Superado isso veio a ICTERICIA que o pediatra não diagnosticava nunca, olhava na janela do consultório, mas não solicitava o exame e durante a consulta diz que "trata-se de algo simples mas se não tomasse o banho de luz, esse amarelo iria atingir uma membrana do cerébro que levaria a cegueira, deficiência severa.
Qual a mãe recém-parida, cheia de hormônios, produzidora de minhocas, vai para casa tranquila?
Como ficar olhando para sua filha, prematura, baixo peso, que mal mama, só dorme, até mesmo tomando banho, não chora e cada dia está mais amarela, esperar até o quinto dia para ver como ela reage?
Entrei em pânico, as palavras de todos os médicos ecoavam na minha cabeça, ter um filho deficiente porque assim ele nasceu tudo bem, agora viver com a deficiência porque eu fiquei pacientemente esperando acontecer, não combina comigo.
No fim a Ictericia não é nada disso, existem outros fatores para o que o pediatra descreveu aconteça, como grupo sanguineo e fator Rh incompativeis, que não é o nosso caso eu sou B + e ela O +.
A TN é um exame por imagem não conclusibo, que eu sinceramente acho que deveria ser abolido.
Já pedi para três pediatras que ela passou ouvissem o coração com muita atenção e foi diagnosticada normal.
E a possibilidade de UTI logo que nasceu não passou nem perto da gente, Graças ao bom Deus.
Nina não estava sugando bem, na verdade ela fazia a parte dela, não não estava encontrando uma mãe tranquila para lhe alimentar como ela necessitava, ela mama enquanto dorme e eu na ânsia de dar atenção para a Melissa , já que também ouvi muitas vezes que devemos dar atenção ao mais velho, deixava minha pequena de lado.
Tanta informação em tão pouco tempo só me deixaram confusa, insegura e descontrolada. Graças a Deus na quarta-feira encontrei o Dr. Jason um pediatra experiente que teve um olhar para além do RN e viu uma mãe precisando ser "internada" para reencontrar seu eixo.
Nina está bem, ao invés de perder peso por causa do calor da Fototerapia, ganhou 70 gramas, sarou das pelotinhas de pus e da assadura e principalmente ganhou a atenção necessária de sua mãe e volta para casa melhor cuidada.
Já eu, consegui enxergar o que estava acontecendo, estou mais confiante e pensando em estratégias para atender as duas e com uma nova lição: cada caso é um caso e tanto o recém-nascido quanto o filho mais velho requerem atenção e devemos tentar ter ouvidos para ouvir os médicos que encontramos, filtrando mesmo as informações, confesso que essa parte é mais dificil.
Tem certas coisas que grávida e mulheres pós-parto não deveriam saber, principalmente eu que sou trágica por natureza, meu cérebro/minhocário produz "besteiras" a uma velocidade luz.
Primeiro com 10 semanas de gravidez fui fazer o exame para saber minha idade gestacional e o médico fez o exame de Translucência Nucal e deu muito alterado, o médico do US falou tanta coisa, foi, voltou e disse que se ela não tivesse Sindrome de Down, teria problemas no coração, que não era nada conclusivo, mas deveria falar. Passei a gravidez com a pulga atrás da orelha.
Dividi minha angustia com a minha família e alguns amigos próximos, me conheço o suficiente para saber que amaria minha filha como ela viesse, ainda mais depois de um dia ter ouvido uma grande amiga dizer: " Quando você tem um filho/sobrinho normal você o ama muito, mas quando ele tem alguma dificuldade você é capaz de amá-lo ainda mais".
Ione me deu uma grande lição naquele dia, mas mesmo assim antes eu viveria toda as fases que Lutterman estudioso em deficiência diz: luto, raiva, incorformação, etc etc.
Sei o quanto nossa sociedade é cruel com as diferenças, minha dissertação de mestrado tem o tema: Circulação de Crianças Deficientes: vivência de cuidadores.
Bom passado o susto, descartada qualquer tipo de sindrome, ela nasce PREMATURA, outro fantasma, ouvi várias vezes o obstetra dizer que "ela não estava pronto e iria direto para UTI", isso me deixava frágil, insegura e culpada.
Superado isso veio a ICTERICIA que o pediatra não diagnosticava nunca, olhava na janela do consultório, mas não solicitava o exame e durante a consulta diz que "trata-se de algo simples mas se não tomasse o banho de luz, esse amarelo iria atingir uma membrana do cerébro que levaria a cegueira, deficiência severa.
Qual a mãe recém-parida, cheia de hormônios, produzidora de minhocas, vai para casa tranquila?
Como ficar olhando para sua filha, prematura, baixo peso, que mal mama, só dorme, até mesmo tomando banho, não chora e cada dia está mais amarela, esperar até o quinto dia para ver como ela reage?
Entrei em pânico, as palavras de todos os médicos ecoavam na minha cabeça, ter um filho deficiente porque assim ele nasceu tudo bem, agora viver com a deficiência porque eu fiquei pacientemente esperando acontecer, não combina comigo.
No fim a Ictericia não é nada disso, existem outros fatores para o que o pediatra descreveu aconteça, como grupo sanguineo e fator Rh incompativeis, que não é o nosso caso eu sou B + e ela O +.
A TN é um exame por imagem não conclusibo, que eu sinceramente acho que deveria ser abolido.
Já pedi para três pediatras que ela passou ouvissem o coração com muita atenção e foi diagnosticada normal.
E a possibilidade de UTI logo que nasceu não passou nem perto da gente, Graças ao bom Deus.
Nina não estava sugando bem, na verdade ela fazia a parte dela, não não estava encontrando uma mãe tranquila para lhe alimentar como ela necessitava, ela mama enquanto dorme e eu na ânsia de dar atenção para a Melissa , já que também ouvi muitas vezes que devemos dar atenção ao mais velho, deixava minha pequena de lado.
Tanta informação em tão pouco tempo só me deixaram confusa, insegura e descontrolada. Graças a Deus na quarta-feira encontrei o Dr. Jason um pediatra experiente que teve um olhar para além do RN e viu uma mãe precisando ser "internada" para reencontrar seu eixo.
Nina está bem, ao invés de perder peso por causa do calor da Fototerapia, ganhou 70 gramas, sarou das pelotinhas de pus e da assadura e principalmente ganhou a atenção necessária de sua mãe e volta para casa melhor cuidada.
Já eu, consegui enxergar o que estava acontecendo, estou mais confiante e pensando em estratégias para atender as duas e com uma nova lição: cada caso é um caso e tanto o recém-nascido quanto o filho mais velho requerem atenção e devemos tentar ter ouvidos para ouvir os médicos que encontramos, filtrando mesmo as informações, confesso que essa parte é mais dificil.
Por Mamãe Fabiana às 11:12 | |
1 Aqui também pode!
Oi, Fabiana... realmente tem muita coisa que os médicos fazem que é desnecessário, como esse exame da translucência nucal. Tem exames que são inconclusivos e só servem pra deixar a pobre da mãe preocupada.1 Comentários:
Fica tranquila que a Nina vai ficar bem. Você precisa ficar bem também, viu... te cuida!