segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Data: 19/01/09

Quando o brincar junto tornou-se um problema...

Semana passada vi em vários blogs falando sobre o brincar, seguindo o slogan "se sujar faz bem" Mic , Ju , Ana e um pouco sobre o brincar junto.

Eu sempre acreditei, defendi e coloquei em prática a idéia de que para o desenvolvimento saudável de uma criança, era de suma importância reservar um tempo para dedicação exclusiva à eles, assim bem radical mesmo. Ou seja, pelo menos uma hora por dia brincar de forma inteira com seu filho.

E assim eu fiz durante 03 anos, aliás durante o tempo que estava trabalhando fora, chegaa em casa e dedicava TODO o meu tempo para a Mel, eram QUATRO HORAS de TOTAL exclusividade. Eu não ligava nem a televisão e não deixava o Ricardo ligar para não nos distraírmos enquanto estivesse com ela "neura total viu".

Exagerei, fiz dela o centro das atenções.

Não passava pela minha cabeça de que um dia minha vida poderia mudar e que talvez não pudesse lhe dar taaanta atenção assim.

Hoje eu acordo com uma criança me chamando, praticamente me mandando brincar com ela. Literalmente ela pula na minha cama falando isso.

Explico, re-explico, digo que não posso pois tenho uma pia de louça me esperando, um tanque de roupa, depois um cesto para passar, tenho que estar com almoço pronto entre 12:00/13:00. Estudar, dar conta de continuar com a minha pesquisa do mestrado, preparar aulas. No meio de tudo isso tenho que parar para amamentar, trocar fralda, dar colo para a Nina.

Digo que quando terminar brinco com ela, mas Melzinha é insistente, difícil de convencer, é como se ela não me ouvisse. Eu acabo de falar, parar tudo que estou fazendo para explicar e ela não me ouve.

As oito da manhã ainda faço isso numa boa, agora imaginem que lá pelas 10:00 ela ainda continua insistindo e eu sei que só vou conseguir terminar tudo da casa lá pelas 15:00. Eu escuto essa frase "brinca comigo mamãe" umas 50 vezes no dia. E depois de ouvir uns gritos dizendo pra ela brincar sozinha.



Ela fica me rodeando com carinha de cachorra sem dono. Ela não espalha brinquedos pela casa, não tira os brinquedos de onde estão _"isso é meu, eu ensinei ela assim, fui meio neurótica nisso" - Ela não tem imaginação para as brincadeiras, resumindo "não sabe brincar sozinha".



Se vamos brincar juntas eu tenho que direcionar a brincadeira, tenho que fazer o boneco falar, decidir o que vai ser.



Engraçado que ela é sempre falante, esperta, se destaca na escola, na rua chama atenção por cantar para todos os vendedores que encontra, fala com médicos como se fosse gente grande.



Ela sempre teve uma certa dificuldade para se relacionar com outras crianças, ela foi a mordedora da turma, a que não dividia os brinquedos, possessiva com as professoras e tentava meio que abafar as outras crianças chamando a atenção para suas gracinhas.



Certa vez ouvi de uma amiga querida que eu deveria ter mesmo outro filho, pois criava a Mel com muitos mimos, fazia dela o centro de todas as atenções.



Pois é, hoje ela sofre e eu sofro mais ainda. Me culpo por vê-la assim, por que acabo sem paciência, vivo prometendo que vou sumir com os brinquedos dela. Porque quando ela resolve brincar sozinha é sempre com algo que não pode.


Então hoje eu penso mil vezes antes de defender alguma idéia. Porque sou muito extremista, na verdade na minha vida tudo vira meio 8 ou 80 e por isso desejo tanto a serenidade, o equilíbrio.


Hoje eu penso, brincar com o filho é importante, mas não podemos fazer deles o centro de tudo.


Melzinha vai aprender as duras penas que eu não posso brincar com ela como ela deseja e eu vou me machucando cada vez que perco a paciência com ela.


Estou procurando estratégias. Quem tiver o que sugerir estou aberta.



Por Mamãe Fabiana às 10:00 | | 0 Aqui também pode!

0 Comentários:

Post a Comment



voltar ao início

<BODY>